09/09/2005
O PODER DO NOSSO CONHECIMENTO POLÍTICO
Mário Sérgio Mello
Xavier*
É
inspirado em uma recente leitura, de um texto de autoria do ilustre advogado e
escritor Dídimo Helno Povoa Aires, intitulado: “O Poder da Escrita”, que
venho mais uma vez, tentar repassar uma outra mensagem. Dídimo Heleno em seu
texto, nos transmite a importância da leitura em nossas vidas e como a
leitura influencia no comportamento social das pessoas no Brasil e no Mundo.
Certamente, muita gente torce a cara diante de um livro volumoso, sem muitas
figuras e desenhos. Irrita-se o olho e tudo mais durante a leitura. Mas o incrível,
é que diante de uma televisão, estas mesmas pessoas não demonstram os
mesmos sintomas. Será porque isso acontece?
Recentemente,
através deste excelente veículo de informação, tive a oportunidade de
contribuir com um texto que enfatizava “como é bom escrever”. E da mesma
forma, existem aqueles que odeiam redigir uma redação. Portanto, diante dos
fatos supracitados, venho com a mesma intenção de meu primo Dídimo Heleno,
tentar transmitir a mensagem de que além de ler bastante e escrever bem, é
preciso também passar a gostar da “Política”. É isso mesmo! muita gente
já deve ter torcido a cara aí só com a pronuncia desta palavrinha. Quem,
diante de uma boa conversa, nunca foi interrompido por algumas pessoas pedindo
para não falar mais de política? Namorada, amigos, parentes, colegas de
trabalho, sempre existem aqueles que odeiam esta palavrinha chamada política.
Mas para
muita gente, política centra-se somente em falar do fanatismo partidário e
etc...E isso realmente, por si só, não é política. Se você analisar bem
caro leitor(a), tudo é política, não apenas falar dos presidentes Collor,
Sarney, Ithamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, de Lula, dos deputados,
senadores e de seus atos corruptos. Eles passam. Perenes são, pelo menos no
Brasil, o colonialismo, o individualismo, a escravidão de todas as cores, os
preconceitos, o latifúndio, o analfabetismo, desde o tempo da Colônia. A política
se mete em todos os meandros de nossa vida, nos mais íntimos e menores atos,
aqueles onde menos se espera. A partir dos grandes chegaremos aos pequenos.
Exemplos: – O Brasil já ganhou um Prêmio Nobel? Outros países de menor
importância econômica e cultural já os levaram. Aqui há uma elite que
cultiva as letras com a beleza e altitude dos melhores escritores do mundo.
Aqui há quem cuide dos movimentos sociais, capaz de ganhar um Nobel da Paz.
Somos uma nação de paz, praticamos a diplomacia da concórdia, do pacifismo
político exagerado. O Brasil já ganhou Copas do Mundo e outras competições
importantes, mas que tipo de gente são os jogadores de futebol? Os novos reis
analfabetos calçados em chuteiras de ouro é o mínimo que se pode dizer.
Possuímos cientistas de nome internacional? Sim. Já fizemos parte do
Conselho de Segurança da ONU? Sim. O Brasil possui um escritor de renome
internacional, mesmo sem Nobel? Jorge Amado, morreu sem o Nobel. Ficou um
Paulo Coelho. Que diferença! O Brasil é a nação com maior número de católicos
no mundo. Já tivemos um Papa? Há que perguntar porque todas essas lacunas
culturais. Discriminação ou, no mínimo, esquecimento?
Nosso povo é faminto, doente, mal-educado, desorganizado, desgovernado, apesar do tanto de tributos que pagamos, uma das cargas maiores do mundo. Só no setor de transporte enumeremos: taxa rodoviária, emplacamento, estacionamento, gasolina (neste produto estão embutidos várias taxas e impostos) e veículo caríssimo (em cujo preço estão presentes cerca dos 60% que o governo leva). Mesmo assim os que podem, e os que não, se valem do transporte individual, porque o coletivo, quando e onde existe, é deficiente, péssimo e caro.
Para que
servem as nossas manifestações culturais? O samba devia ser para fazer
figura nos projetos de turismo e mostrar nosso orgulho de nação, competir
com os demais na difusão dos nossos costumes, de nossa vida aqui dentro e lá
fora, mas Infelizmente não. Fica só no Carnaval, que o descaracterizou
totalmente, para satisfazer as tendências internacionais da globalização e
exportação de mulatas, prostitutas, desempregadas e desvalidas. Quantas não
estão se prostituindo, atendendo a apetites inconfessáveis? Para que serve o
nosso bom esporte? Para exportar jogadores, sem uma política que leve o
sentimento de amor à pátria. O que falta? Vergonha? Do governo e do povo.
Daquele, porque compra as eleições; deste, porque se vende por um prato de
feijão, que serve apenas para alimentar por um dia e que briga com os outros
para não falar de política. Daí só podem sair maus legisladores,
administradores, magistrados, funcionários institucionais, e etc... Bem que
eu falei que muita gente não iria gosta de ler estas situações que são
meramente resultados políticos. De educação, economia, artes, folclore
tenho falado. Será que tudo isso
s deve a quê? Reflita um pouquinho...será que só os políticos são os
culpados? Existe solução? A solução é criar vergonha. Só que isto demora
gerações. Educação moral se aprende em casa, depois é que vem a escola
por complemento. E como vai a família? E como vai a escola? E como vãos os
analfabetos, os semi-alfabetizados e os analfabetos funcionais? Como vai a infância
desvalida? Como vão as “febéns” e as cadeias, e as ruas, e as polícias,
e a segurança? Como vão os sem-terra, sem-casa, sem-família, sem-emprego,
sem-nada?
Pergunte para você mesmo e para quem está ao seu lado: Sabe como funciona nosso ordenamento político? Você sabe como se conta os votos de um vereador? Quantos são em cada estado e quanto tempo é o mandato de um senador? Sabe o que representa aquelas duas estruturas gigantescas em forma de uma bacia no Congresso Nacional? Como funciona o nosso processo eleitoral? São inúmeras interrogações...Portanto caro leitor(a), antes de reclamar da vida, leia muito, escreva bastante e sempre que puder discuta a política!
*Acadêmico do Curso de Direito e Servidor do Judiciário TJ/TO