PAUSA PARA REFLEXÃO EM FINAL DE ANO

 

José Cândido Póvoa*

jcpovoa@hotmail.com

13/01/2007  

 

Quatro séculos antes de Cristo perguntaram para Confúcio, um dos maiores pensadores da antiguidade: “- O que mais o surpreendia na humanidade? Ele respondeu: “- Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver  no presente nem no futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.” Vinte séculos depois de Cristo, Rui Barbosa assim se expressou: “De tanto ver prosperar as nulidades, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, de tanto ver crescer a injustiça, o homem chega a desanimar-se da honra, a rir da virtude e  ter vergonha de ser honesto.” Aí vem a pergunta: afinal o que nos faz acreditar nessa mesma humanidade, que depois de vinte e quatro séculos continua pensando da mesma forma? Muitos dirão que não é bem assim. Mas se analisarmos os acontecimentos atuais, nunca foram tão evidentes as assertivas acima transcritas. Assistimos diariamente amigos traindo amigos em busca do nada; quando vemos pessoas queridas que brincaram conosco na ingenuidade da infância  disseminarem  discórdias nas famílias; quando convivemos com uma sociedade desorientada e perdida no turbilhão de interesses sem fundamentos; quando assistimos homens se acovardarem e esconderem o pouco de hombridade que lhes resta, em disfarces poucos convincentes, concluímos que a chave e o antídoto para  tudo isso chama-se AMOR.  Felizes daqueles que transformam o amor dos seus pelos seus numa voz capaz de entender os mistérios da vida. O mundo precisa muito de amor. O amor é infinito. O amor é a explosão da alma. É a engenharia da emoção. O amor nasce em Deus e através do Espírito Santo chega até nós e nos torna responsáveis para redistribuí-lo a todos e principalmente aos que mais próximos de nós se encontram. Nesse sentimento não cabe o egoísmo nem a disputa pelo poder ou por cargos. O amor é humilde e tem seus mandamentos próprios. O amor traz consigo o dom do perdão (uma  virtude  difícil de ser exercida). É este o único e soberano sentimento capaz de fazer com que o homem busque sempre o seu eu espiritual, esquecendo-se do eu material, tão em moda nos últimos tempos. O amor é como a fé. Não questiona os mais profundos mistérios da vida. Aquele como esta, se bastam em si mesmos. O amor e a fé transformam os homens em seres pacientes e não permite a angústia em conhecer ou tentar desvendar o futuro, mesmo porque tal ansiedade em nada mudará o rumo das coisas e o que nos ocorrerá quer seja amanhã, nas próximas horas, minutos ou segundos. Vamos aproveitar  o início de um Novo Ano  que desperta em nós o espírito de conciliação para reverenciar o sentimento capaz de salvar a humanidade e que nos foi ensinado pelo Mestre dos Mestres: AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI  MESMO.

*Advogado e Poeta

 

       

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