TRIBUTO À CULTURA

 

José Cândido Póvoa*

jcpovoa@hotmail.com

 

20/11//2005

 

                    Entre bilhões de seres  sobre este nosso  conturbado planeta,  existem os que se destacam nas suas respectivas atividades humanas, quer política, profissional, literária e por aí em diante. De uma forma ou de outra, demonstram claramente a que vieram e porque estão no nosso meio. Mas existem aqueles que superam os que aqui  apenas estão, ou que ainda não descobriram seus dons, afinal, cada um tem o seu. Mas os diferentes são aqueles que conseguem aliar ao dom da inteligência, a virtude da obsessão sadia em tudo que projeta e faz. Em minha terra natal, Dianópolis,  conheci um jovem que ilustra perfeitamente meu raciocínio. Quase no centro da cidade, embora naquela época, poucas eram as ruas que não faziam parte do centro, existia uma mina de ouro explorada por americanos (dos Estados Unidos mesmo !),  cuja fundição  localizava-se em frente ao nosso colégio, o que nos proporcionava na hora do recreio ou final das aulas, a oportunidade de assistirmos o precioso metal sendo transformado em barras reluzentes que eram levadas do nosso país (não sei se hoje isso ainda ocorre...). Aquele adolescente descobrindo que muitos gringos ao chegarem, não pronunciavam uma palavra em português, tratou de aprender o inglês  por conta própria e sozinho, com isso faturando seus dólares na condição de intérprete daqueles homens esquisitos e cheios de interesses. Andou depois por essa vida  a fora. Ocupou alguns cargos públicos de destaque, entre eles o de Diretor no Ministério da Educação em Brasília. Foi redator de páginas literárias no Diário de Minas Gerais, em Belo Horizonte, cidade onde publicou o seu primeiro livro,  depois  adotado para estudos na rede estadual de ensino. Concluiu o curso de Direito. Advogou por curto período em nossa terra quando  foi aprovado no concurso para Juiz no então Estado de Goiás. Nomeado Desembargador, oferece sua contribuição jurídico-cultural ao Estado do Tocantins desde o ano de 1989. Tem dezenas de livros publicados em variados gêneros. Só quem o conhece pode analisar a sua pessoa. Só quem tem o privilégio de sua convivência pode absorver a alegria e simplicidade  que ele é capaz de carregar no dia a dia (característica das pessoas inteligentes e intelectuais). Ele é muito interessante. É uma pessoa por inteiro. Sua imaginação supera a nossa mesmice. Tudo que ele faz é cheio de criação nova. É capaz de, ao mesmo tempo,  escrever dois livros,  criar belas crônicas, manter uma coluna semanal de assuntos jurídicos neste jornal e, ainda, julgar centenas de processos. Aos que não se alertaram, está em tempo:  o Estado do Tocantins, mais cedo ou mais tarde, descobrirá que aqui reside um homem que dignifica a nossa terra e a nossa cultura, que muitos outros rincões gostariam de tê-lo como filho. Um homem que coloca sua inteligência a serviço do futuro do nosso povo. Escrevo este artigo, em sã consciência, mesmo porque nossa ligação se prende apenas ao sobrenome e a amizade de infância e dos acontecimento de minha adolescência. E os amigos forjados no desinteresse pessoal e nos tempos difíceis, nunca são esquecidos. Mesmo que assim não fosse, como tocantinense e um pretenso formador de opiniões, sinto-me na obrigação de alertar  meus patrícios para que despertem e anotem o seu nome: José Liberato. (não deve ser por acaso a rima com literato.) E antes que seja tarde e aconteça como em outros casos, qualquer  tributo à cultura e à inteligência em nosso Estado, tem e deve passar por essa pessoa, não só pelo que já fez, mas pelo que ainda fará por nossa terra e nossa gente. Aguardem e constatarão.

*Advogado e Poeta

 

       

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