DIANÓPOLIS

 

Ariadna Filha Pereira Póvoa

 

(1993)

 

Eu sou a terra das Dianas

E dos dianopolinos;

Terra de velhos, moças,

Rapazes e meninas.

 

Eu vi meus filhos morrerem no tronco...

E, num grito abafado,

Vi mulheres e crianças em prantos.

 

Fui coberta por um véu sangrento.

No silencio da noite,

Ouvi soluços, gritos e um choro lento.

 

Eu superei bem essa fase...

(embora... sem me esquecer de nada, meu Deus!)

pois tenho a grande felicidade

de ser amada pelos filhos meus!

 

Eu sou a terra do barulho,

Do cangaço, da chacina,

Sou o antigo D”ouro, Duro.

Sou rica, pobre, velha e menina!

 

Cresci, filhos ilustres perdi.

Ganhei filhos mais brilhantes ainda!...

Que fazem de mim

Uma cidade hospitaleira, linda!

 

Sou a terra do cirigado,

Do pequi e do rubacão,

Do gordo pirão de costela de gado,

E, às vezes, do puro arroz com feijão!...

 

E da qual São José é o padroeiro.

Ele, que o tempo inteiro,

Desde o meu alvorecer,

Nunca me deixou só!... a sorrir ou a sofrer.

 

Sou Dianópolis, a terra mais  querida!

Por mim, passaram tantas vidas!...

Como se fosse o dedo de Deus,

Clarificando a minha memória,

E redimindo, na minha história,

Os pedaços amargos que passei

Junto com os filhos meus.

 

Agora,

Sou leve, sou esperança, sou vida!...

Sou jovem, sou força e progresso!...

Sou adulta e menina!

E, de meu povo,

Só espero: alegria e sucesso!